quarta-feira, 5 de junho de 2013

Mas só chove, chove ô

"Se um dia eu pudesse ver / meu passado inteiro / e fizesse parar de chover ... ".

E foi assim, querendo fazer parar de chover, que comecei o dia de hoje. Porque eu não preciso dizer que chuva e buzu em Salvador não combinam. Aliás, nada combina com buzu em Salvador. Se você reclama do trânsito caótico, mas está dentro do seu carro, no ar condicionado, ouvindo sua música ou navegando na internet com seu iphone para passar o tempo, experimenta enfrentar o caos dentro de um ônibus em Salvador. Cada um pior que o outro. Outro dia peguei a linha Barra 2, da Paralela para o Rio Vermelho e o buzu tava podre, um fedor horroroso de vômito. Das duas uma: ou tinham realmente vomitado lá dentro, o que eu já vi acontecer várias vezes, ou tinha alguém comendo cheetos. Não sei o que é pior: vômito, desodorante vencido ou aquele fedor de quem não vê água há uma semana. 

Mas, como não tenho outra alternativa, tento enfrentar tudo isso com bom humor, porque a gente é pobre, mas tem que se divertir de algum jeito. E se andar de buzu é algo que eu não recomendo a ninguém, pelo péssimo serviço de transporte público que Salvador oferece, por outro lado, recomendo, pela diversão que só ele é capaz de proporcionar. Ouvir conversas alheias, observar o cobrador cantando as gatinhas que passam pela roleta, ver os homens comentando sobre bunda da mulher que atravessou a rua, comprar trident, amendoim, picolé, canetas e vários souvenirs que só se encontram disponíveis à venda no buzu. Só quem vai de buzu compra picolé capelinha e três mendoratos por um real. Não que isso seja melhor que seu Fiat uno modelo antigo, sem ar condicionado, mas é o que tem pra mim.

Para celebrar essa chuva maravilhosa (#sóquenão), eu tinha escolhido uma camisa rosa e uma calça vinho, que eu sempre uso e já mostrei várias vezes aqui. O look ficou lindo. Fazia tempo que queria combinar essas duas peças. Fiquei tão elegante que, ao me ver no espelho, pensei: ê, lá em casa! Mas só foi me abaixar para pegar o sapato debaixo da cama e o sonho do look perfeito desmoronou. A calça rasgou bem nos fundilhos. Pelo menos não foi pra pegar uma moeda caída no buzu. Já pensou? 

Saindo de casa, para completar a magnitude da manhã de hoje, distraída, sem olhar por onde ando, a rua toda molhada e cheia de poça, o que acontece? Piso com vontade em uma. Espirrou água até na minha cara. O porteiro de um dos prédios por onde passei, claro, riu da minha cara. O povo que passava por mim e viu a cena também não perdeu a oportunidade. Os que não riram ou fingiram não ter visto a cena, riram por dentro, que eu sei, porque é o que costumo fazer numa situação como essas. Pelo menos era só água, e aparentemente, estou limpinha. Minha sapatilha véia de guerra também não estragou e a barra da minha calça jeans continua molhada.

Por hoje, é só. Cabelinhos ao vento fui!

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 A calça rasgada, pra vocês verem que eu não estou mentindo.
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#BeijoMeLiga
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