quinta-feira, 16 de maio de 2013

Eu vejo flores em você


Bom dia pra você que acordou nublada como amanhecer do dia em Salvador e nem pode se dar o luxo de se refugiar na Ilha de Caras, porque as contas não param de chegar e você precisa trabalhar. Bom dia pra você que queria ir de táxi, porque os rodoviários entraram em paralisação, mas lembrou que o cartão de crédito está estourado e, quando abriu a carteira, tinha só o dinheiro da passagem do buzu, contadinho até o dia 20.

Nesses dias, não tem assovio de pedreiro, nem cantada de cobrador, nem a gentileza daquele cavalheiro que oferece o lugar para você no buzu lotado, nem a gentileza do motorista que faz questão de parar o buzu com a porta alinhada na calçada, bem na sua direção, para que você não tenha que correr e sujar os pés numa poça de lama, ou assanhar o cabelo, ou desarrumar a roupa.

Bom dia pra você que perdeu a maior certeza da sua vida, mas precisa seguir em frente, porque a vida continua e o mundo não vai acabar. Bora trabalhar para cobrir o cheque especial negativo e o cartão de crédito estourado, pagar as contas que não param de chegar, mas sem perder a esperança de que a certeza vai voltar a acordar do seu lado todas as manhãs. Bora rezar também para passar um transporte clandestino, porque a chefia não tá nem aí se os ônibus estão parados.

Bom dia pra você que não aguenta mais tanto lenga-lenga nem tanta lamúria e que quer logo descer a barra para ver o look que preparei para encarar mais um dia de medo e incertezas. Ouvi dizer que o nosso humor se reflete, inconscientemente, nas cores e na estampa das roupas que escolhemos para vestir. As flores abertas em meio à obscuridade talvez seja um sinal de que o sonho não acabou. 

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